quarta-feira, 30 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Shivers
Os tambores percorrem as ruas da cidade,
Clareando o breu dos casarões assombrados,
Afastando as sombras e os gritos,
Das moças emparedadas,
Dos prédios engendrados,
Das moças assaltadas,
Da imprensa ensanguentada.
Oh, oh!
Ganzá, surdo e ingonos,
Rasgando as trevas da cidade morta!
E a banda, por onde passou,
Trouxe luz,
Acendendo os céus e a madrugada,
Acordando quase vivos e fantasmas.
Atravessou a noite,
A rua da Moeda,
A rua do Judeu,
A ironia da Bom Jesus.
Naquela noite,
Ninguém teve medo,
Ninguém sofreu.
Só quem amava, mas por opção.
Mas nem os amantes tiveram medo,
Naquela noite, enfim, ninguém teve medo.
E os corações batiam juntos,
No compasso do tambor,
Sincopados com alma, que vibrava.
E as vozes entoavam cantos negros,
Luanda se fazendo presente na rua,
Banzo que impregnava na pele.
E os olhos da multidão que passava e via,
Brilhavam,
Lamparinas na escuridão.
Nas sete pontes o meu coração pulou,
Naquela noite a voz era o tambor,
Shivers.
Muito obrigado,
Meu Maracatú Oriental.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
PAC
A Angelitude pode se mostrar de diversas formas, num rosto, num corpo, num cheiro, na voz, numa obra, numa ação.
Façamos o seguinte:
Me empreste seu rosto, que eu faço uma Ilíada.
Me empreste seu cheiro, que eu cantarei Tenderly.
Me empreste seu corpo, que eu te empresto o meu, e iremos fazer um PAC.
Façamos o seguinte:
Me empreste seu rosto, que eu faço uma Ilíada.
Me empreste seu cheiro, que eu cantarei Tenderly.
Me empreste seu corpo, que eu te empresto o meu, e iremos fazer um PAC.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Lumes Difusos
Lumes Difusos
Constelações Dinâmicas,
Estrelas aleatórias,
Fugindo das linhas que meus olhos traçam,
Dançando nas trevas e redesenhando a noite.
Vaga-lumes que sobram,
Percorrem a escuridão,
Randomizam a luz,
No compasso da minha solidão.
Cada um é de um tom,
Uma luz dos olhos que eu conheci,
Agitam o vermelho do som,
Na sinestesia em que amanheci.
Quando me aproximo as luzes se tornam difusas,
Quando me afasto, elas ganham brilho,
Quando pego o vaga-lume na mão,
O lume se torna tão vago,
Engolido pela escuridão.
E seu brilho só é bonito na distância,
Perto dos meus olhos, longe das minhas mãos.
O brilho frio e corrupto da fantasia.
E na minha noite,
Só o que continua brilhando é a promessa,
Enquanto eu danço, sozinho,
À luz dos lumes, que vagam,
Solenes, inertes, indecisos.
Difusos.
domingo, 13 de novembro de 2011
Lanternas Chinesas
Para cada lágrima tua eu tenho um ombro,
Pra você molhá-lo quantas vezes precisar,
Cada vez que ela ilumina tua face,
Com sal, mar, saudade e dor,
É uma represa que se rompe,
Sangrando a tua alma em flor,
E molhando a minha camisa,
E o meu rosto com a tua cor.
Suporte as tempestades desse mundo ao meu lado,
Agarre a minha mão, com força,
Um só navio,
Que descreve um arco, em pedaços,
Pois eu o ateei fogo,
Logo quando meu sangue errou de veia, náufrago.
Somos dois origamis em dia de chuva.
Você é a simetria,
E eu sou a incoerência.
Nos cortamos no ar pela água,
Katana, Haraquiri,
A vida, um Haikai.
Lanternas chinesas que a própria chama consome.
Vermelha, em sangue, em brasa,
No ar.
Para Mariana Adelino
Soulless
Deveria o Poeta pagar direitos autorais para as suas Musas?
Mas, antes, que semântica carregam hoje essas palavras, poeta, e musa?
Quando eu escuto isoladamente, têm conotações tão bregas que me doem.
Sem pensar muito bem na profundidade, o significado que me vem automático, do Poeta, são aqueles velhos de bigode do século passado, se ajoelhando com os braços abertos, bem teatrais declamando uma poesia bem tosca e cafona para a sua Musa.
"Oh, minha amada, pérola negra dos teus olhos! Que me enfeitiçou como uma cigana que faz boquete enquanto canta ópera!"
(Se bem que essa tá sensacional)
A musa, você sé consegue pensar naquelas mulheres gordas, sentadas num canto, que conseguem ser mais ridículas e impotentes que os próprios poetas, por se deixarem impressionar tão facilmente, se embevecerem com coisas tao inúteis quanto uma poesia ruim. Soulless, os dois.
Poeta, no sentido mais puro e original, é aquele que vê tudo além da matéria. Filósofo, médium e coletor do infinito. Pega a alma, a essência das coisas com a mão. A essência da natureza, de suas águas, de seus rios os quais cada um tem um âmago diferente. De seus ares e de cada árvore, cada pássaro, cada flor.
Mentaliza, articula, arquiteta e transmuta num papel, numa sequência de ideias limitadas pela língua, pelo tempo e pelo espaço, coisas tão etéreas, atemporais e sem local quanto a essência de algo. Tenta escrever em verso, ou não, num papel, um tanto de alma.
Musa é a matéria-prima de alma, de vida, de essência, de força, de luz.
Ser Poeta é complicado. Ser Musa não.
Poeta para se ser, tem que se fazer.
Musa para se ser, basta ser.
Cada um tem seu benefício e seu fardo.
O Poeta rearticula a beleza.
A Musa é a beleza.
Mas nenhum dos dois se escolhe. Se nasce. Uns se aprofundam no ofício, outros não. Muitos tentam, e só. No fim, o que vale é sempre uma questão de alma.
Ps: Quanto a primeira pergunta, láaa em cima, deixo pra vocês me responderem nos comentários. O que acham? Rsrs.
Mas, antes, que semântica carregam hoje essas palavras, poeta, e musa?
Quando eu escuto isoladamente, têm conotações tão bregas que me doem.
Sem pensar muito bem na profundidade, o significado que me vem automático, do Poeta, são aqueles velhos de bigode do século passado, se ajoelhando com os braços abertos, bem teatrais declamando uma poesia bem tosca e cafona para a sua Musa.
"Oh, minha amada, pérola negra dos teus olhos! Que me enfeitiçou como uma cigana que faz boquete enquanto canta ópera!"
(Se bem que essa tá sensacional)
A musa, você sé consegue pensar naquelas mulheres gordas, sentadas num canto, que conseguem ser mais ridículas e impotentes que os próprios poetas, por se deixarem impressionar tão facilmente, se embevecerem com coisas tao inúteis quanto uma poesia ruim. Soulless, os dois.
Poeta, no sentido mais puro e original, é aquele que vê tudo além da matéria. Filósofo, médium e coletor do infinito. Pega a alma, a essência das coisas com a mão. A essência da natureza, de suas águas, de seus rios os quais cada um tem um âmago diferente. De seus ares e de cada árvore, cada pássaro, cada flor.
Mentaliza, articula, arquiteta e transmuta num papel, numa sequência de ideias limitadas pela língua, pelo tempo e pelo espaço, coisas tão etéreas, atemporais e sem local quanto a essência de algo. Tenta escrever em verso, ou não, num papel, um tanto de alma.
Musa é a matéria-prima de alma, de vida, de essência, de força, de luz.
Ser Poeta é complicado. Ser Musa não.
Poeta para se ser, tem que se fazer.
Musa para se ser, basta ser.
Cada um tem seu benefício e seu fardo.
O Poeta rearticula a beleza.
A Musa é a beleza.
Mas nenhum dos dois se escolhe. Se nasce. Uns se aprofundam no ofício, outros não. Muitos tentam, e só. No fim, o que vale é sempre uma questão de alma.
Ps: Quanto a primeira pergunta, láaa em cima, deixo pra vocês me responderem nos comentários. O que acham? Rsrs.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Espelho D´Água
Eu sou Espelho d´água na relva,
E se tu me apareces como flora, verde e sustenida,
Eu te passo como são realmente teus contornos e tuas matizes.
E se tu me apareces como céu, cerúleo, celeste, sublime e bemol,
Minhas águas serão anis em tua homenagem, no mesmo timbre.
Mas se tu me apareces de branco, e traz no teu sorriso um quê de orquídea, eu já nem consigo te refletir em mais nada, porque o perfume da tua pele, em flor, roubou os meus sentidos, e tua luz já vem em todas as cores.
E ai eu já não consigo mais fazer nada, e eu me torno teu, por inteiro, e por pedaços.
Em cacos, refletindo teus olhos e o teu sorriso por todos os ângulos,
Despido de filtros.
Despido de mim.
domingo, 6 de novembro de 2011
Darling,
Se vem a seca, e cinza ficam os teus olhos, não desespere.
Eles são como o sertão, que quando chove refloresce.
E tuas flores e teus verdes irão brotar de novo, só espere,
Quando a chuva chegar,
Trazendo vida à terra,
E cor aos teus olhos.
Verás através de minhas águas,
O infinito num espelho e mais.
Eles são como o sertão, que quando chove refloresce.
E tuas flores e teus verdes irão brotar de novo, só espere,
Quando a chuva chegar,
Trazendo vida à terra,
E cor aos teus olhos.
Verás através de minhas águas,
O infinito num espelho e mais.
Audrey Hepburn
"Há certas sombras de luz que podem partir uma garota no meio."
Breakfast at Tiffany´s.
Breakfast at Tiffany´s.
sábado, 5 de novembro de 2011
D-d-D-D-d-d-D-d-dD -d D -d... Eus
O que é Deus? - Ora, é Deus! Só Deus sabe.
Quem é deus? - deus é um cara sentado lá em cima, que as vezes ta de bom humor, e as vezes não, e tem um senso de culpa logus externo incrível.
Os ateus estão certos, deus não existe nem nunca existiu.
Já Deus, eles nem sabem o que é, e pouco importa por enquanto.
São Tomés são sempre necessários.
Deus não se irrita, mas ficaria irritado se pudesse da forma que andam tratando ele como deus. E gritaaaaaam por ele, xamando-o de surdo. Fazem questão de apontar sua velhice e masculinidade. Ora! Ele se ofende ao ser limitado como uma figura paterna, que é tão cheia de falhas.
deus gosta de ser chamado de pai.
Deus nem se importa, mas se ele se importasse, gostaria de ser chamado de mãe.
Ou a natureza em si,
Ou a força.
Mas ele tem coisas mais importantes pra resolver, e enquanto na nossa língua não conseguirmos usar um pronome para indicá-lo, sem limitá-lo ou irritá-lo até o talo, ele vai se fazer de môco.
E para meus pequenos amigos crentes espalhafatosos:
Quanto mais você grita, menos ele gosta (y)
#Fikadika
Moral da história: deus é uma coisa. Deus é outra. Aprendam a diferença.
Quem é deus? - deus é um cara sentado lá em cima, que as vezes ta de bom humor, e as vezes não, e tem um senso de culpa logus externo incrível.
Os ateus estão certos, deus não existe nem nunca existiu.
Já Deus, eles nem sabem o que é, e pouco importa por enquanto.
São Tomés são sempre necessários.
Deus não se irrita, mas ficaria irritado se pudesse da forma que andam tratando ele como deus. E gritaaaaaam por ele, xamando-o de surdo. Fazem questão de apontar sua velhice e masculinidade. Ora! Ele se ofende ao ser limitado como uma figura paterna, que é tão cheia de falhas.
deus gosta de ser chamado de pai.
Deus nem se importa, mas se ele se importasse, gostaria de ser chamado de mãe.
Ou a natureza em si,
Ou a força.
Mas ele tem coisas mais importantes pra resolver, e enquanto na nossa língua não conseguirmos usar um pronome para indicá-lo, sem limitá-lo ou irritá-lo até o talo, ele vai se fazer de môco.
E para meus pequenos amigos crentes espalhafatosos:
Quanto mais você grita, menos ele gosta (y)
#Fikadika
Moral da história: deus é uma coisa. Deus é outra. Aprendam a diferença.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
A melhor das razões
Mas vá, fale mais sobre ela, a sua sacerdotisa que você tanto ama, sacerdotisa de si mesma, e de vocês dois. Eu sei que você a ama, e ela ama ter você por perto. Não é tão simples, é?
Os homens amam sem razão.
Mulheres acham amar a melhor das razões.
Mulheres são incapazes de amar, sabia?
Elas amam o matriarcado.
Seus seios apontam na direção que o futuro vai tomar.
Em frente, mas só na juventude. Só.
O amor de mulher é amar o que se é, e o que se torna:
Mulher.
Elas amam ser mulher,
Só pelo fato de serem mulher.
Elas não amam homens,
Amam a ilusão.
A sombra que se projeta diante da inocência masculina.
Um ombro um pouco mais largo,
E as vezes do mesmo tamanho.
E só.
Afetividade nula.
Atrizes do cotidiano.
Mães.
Os homens amam sem razão.
Mulheres acham amar a melhor das razões.
Mulheres são incapazes de amar, sabia?
Elas amam o matriarcado.
Seus seios apontam na direção que o futuro vai tomar.
Em frente, mas só na juventude. Só.
O amor de mulher é amar o que se é, e o que se torna:
Mulher.
Elas amam ser mulher,
Só pelo fato de serem mulher.
Elas não amam homens,
Amam a ilusão.
A sombra que se projeta diante da inocência masculina.
Um ombro um pouco mais largo,
E as vezes do mesmo tamanho.
E só.
Afetividade nula.
Atrizes do cotidiano.
Mães.
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