A Mão que balança
O Berço
A mão que balança a faca,
A mão que balança o berço,
O vai-e-vem da faca,
O vai-e-vem do berço.
A mão que balança o berço,
A faca que corta o corpo,
O choro inacabado,
Pra começar tudo de novo.
A faca que corta o corpo,
Pedaço por pedaço,
A faca que trava no braço,
Indo e vindo de novo.
A mão que balança o berço,
É a mesma que balança a faca,
Cortando o corpo inteiro,
Até não sobrar mais nada,
E nesse vai-vem,
A faca dilacera o neném,
Choro de sangue deságua,
Cachoeira que sai do corpo.
A mão que balança sorri,
A faca agora travou,
O berço continua a balançar,
De chorar o neném, parou.
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