sábado, 9 de outubro de 2010

Verdadeiramente Olhando




Verdadeiramente Olhando

E a música mais linda que eu já cantei na vida foi quando eu pensei em você, e imprimi sua alma na melodia e na cadência da minha garganta. Eu cantei então todo o azul dos céus, como se o anil saísse da minha boca e colorisse o ar. Cantei a liberdade dos pássaros enchendo de vida onírica a sala. Cantei mais lindo do que nunca. Você.

Cantei o rio como se a nascente fosse na minha alma, as nuvens e os ventos que as carregam, meu sopro afinado. Cantaram também flores desconhecidas em cima da árvore, na beira do rio. Singrando as águas com melodias doces e eólicas. Contavam histórias que não são mais de ninguém.

Mas que são nossas! E eu ainda vou escrever muito, a nossa história, só espere. Enquanto ainda houver tinta, pintarei com minhas tessituras a imaginação da alma, o sonho do arquiteto, e a brisa da colina. O meu sonho.
Se sonhos são importantes, eu não sei. Mas que são absolutamente lindos, sim, eles são. E mais lindo dos meus sonhos foi um em que eu te vi. Olhos superiores. Eu enchergava realmente você.
Deitados na colina, que olhava pro rio, enquanto eu olhava pra você. Do nosso lado, o vento arrancava á acústica de uma árvore em flor. Flores desconhecidas. Lindas, apagadas. Visão periférica.
E o vento cantava, enquanto nós só fazíamos ficar em silêncio, ouvindo a melodia que falava de nós, sobre nós.

Nós ficavamos nos olhando, somente nos olhando, profundamente se olhando.
Verdadeiramente nos olhando.

I see you. All of you.



E esse foi o sonho mais lindo, o sonho em que eu sonhei que conseguia te ver. Realmente te ver. E Nada mais.