quinta-feira, 24 de março de 2011

Vocês devem ter percebi que ultimamente eu ando muito "mitológico".

E a coisa mais importante que eu descobri nesses dias de árdua leitura foi uma coisa pode abalar as estruturas do planeta se pronunciada, e eu vou fazer isso.




A maior ironia do mundo: é que o nome da Deusa da juventude é Hebe.




O.o (música dramática apocalíptica ao fundo, plz)






ComoAssimBial?!!?!?

Aristófanes estava mais ou menos certo.

Certas Pessoas nasceram para ser mais de um. A classificação usual - homem ou mulher - se torna obsoleta, restrige demais. Não falo aqui das aberrações confusas, não. Falo de pessoas com um espírito, às vezes, grande demais, que consegue enxergar mais de um sexo, mais de uma faceta.



Quando olho para Maria Bethânia, eu vejo antes a mulher que foge de qualquer padrão, mas encanta e enfeitiça, uma Circe baiana que invoca os Orixás quando canta. Mas não deixo de notar também um homem dentro dela, talvez o irmão, mas um ser inefável que brota dos momentos de fúria teatral, soltando brados de esplendor, indignação. Encantamento.





Em Lenino eu vejo primeiro o recifense louro e belo, de voz rara e composição mais ainda, invocando em suas canções os elementos em forma de Nordeste Metropolitano. Encantamento.
Mas não posso deixar a Naíde, o espírito feminino de água que habita na voz e no olhar de Lenine, passar despercebida. Um 'Q' de sereia talvez, com uma discrição quase aérea.





Já em Chico Buarque eu enxergo o menino e o homem. Consigo imaginá-lo, senhor de si e de seus 60 anos, em um congresso, coçando a barba e discutindo política e filosofia na base de muita retórica. Mas também o vejo pulando num rio, sem antes soltar um sorriso maroto para alguma adolescente desavisada. Chico é Foda.


Gilberto Gil, certa vez, numa entrevista: "Todo mundo é homem e mulher, os dois, ao mesmo tempo, em escalas maiores ou menores. E quem quiser menos que isso vá morar em outro planeta! rsrs"

Eu ri. O Velho ex-Ministro que baixa Preto ex-Velho estava certo. Me lembra a história contada por Aristófanes em Platão, o Banquete. A história dos seres compostos, duplos que dariam origem ao 'mito' das almas gêmeas... Divididos pelo raio de Zeus pela inveja que a felicidade completa causava aos deuses, destinados assim a procurar a sua metade pelo resto da vida.

Alguns, os deuses simplesmente não conseguiram separar. E eles estão por ai até hoje.

E a alemão aprendeu o português

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2007/242/entrevista-peter-indefrey-a-lingua-no-cerebro



Uma entrevista um tanto desatualizada. Esse alemão só aprendeu português(uma das línguas mais complicadas do mundo!) por causa de Galzinha. Como assim Bial!?


Talvez por causa do vídeo ai embaixo. Ou de algumas outras centenas de músicas tão ou mais bonitas. Um Mistério Baiano-De-Todos-Os-Santos indecifrável para o Germânico da terra de Wagner, e o Anel de Nibelungos. Talvez ele tenha cansado da piada de Hitler, a do cachorro, não sei.

http://www.youtube.com/watch?v=wHk0VLd2lbI

Medéia de Mim



Medéia de Mim

No muro de Tisbe,
As Sirenas podem cantar,
Os sonhos aquáticos vibram,
Os Helenos podem sonhar.

Muro de pedra tão troiano,
Separa os desejos mais solares,
Mas deixa a brisa, o calor humano,
E as nossas vozes passarem.

Seja Medéia de mim,
Das ilusões e dos fracassos,
Troque o começo pelo fim,
Enterre como Antígona os nossos pedaços.
Pedaços de um passado remoto,
Esquecido na amplitude dos nossos braços.

Eros e Psiquê encarnados,
Com o que Skuld nos espera, não sabemos,
Os fios da vida já foram traçados;
É o olho que sobra de Polifemos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sarcófago Aquário



Sarcófago Aquário

Venha como o rio que procura o mar,
Como eu te procurei a vida toda,
Venha leve como o ar,
Com a força da luz motora,
Brotando somente pela vontade de gerar.

No caminho, faça florescer nas areias do sertão egípcio,
Passando pelas terras de Tupã, um degrau,
Em direção ao litoral,
Armistício.

Pois você é o rio lindo que vai desaguar na minha vida,
Lavar minha praia com a tua doçura,
E os teus afluentes de menina,
Eu sou o mar salgado que espera a promessa de vida tua.
A foz nos espera.
A nossa essência é a mesma, SoulSister.
Somos fluidos vivos que se completam na intimidade dos nossos sonhos.

Vamos juntar as nossas águas infinitas, irmãs,
Em uma explosão de vida, sertãs,
Lançando na terra a nossa chuva, às rãs.

Que o mundo inteiro floresça,
Sob o signo da nossa união,
E não saberemos quem será quem,
Pois você estará em mim, e eu estarei em você,
Seremos um então.


- Et le sarcophage aquarium de notre vie,
Nous serons ensemble jusqu'à ce que nos os se poudre,
Et défier le destin,
Câlins pour l'éternité,
Un seul. -

segunda-feira, 14 de março de 2011

Eu te amo (Chico Buarque)



Ah, se já perdemos a noção da hora,
Se juntos já jogamos tudo fora,
Me conta agora como hei de partir,
Ah, se ao te conhecer,
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios,
Rompi com o mundo, queimei meus navios,
Me diz pra onde é que inda posso ir,
Se nós nas travessuras das noites eternas,
Já confundimos tanto as nossas pernas,
Diz com que pernas eu devo seguir,
Se entornaste a nossa sorte pelo chão,
Se na bagunça do teu coração,
Meu sangue errou de veia e se perdeu,
Como, se na desordem do armário embutido,
Meu paletó enlaça o teu vestido,
E o meu sapato inda pisa no teu,
Como, se nos amamos feito dois pagãos,
Teus seios ainda estão nas minhas mãos,
Me explica com que cara eu vou sair,
Não, acho que estás te fazendo de tonta,
Te dei meus olhos pra tomares conta,
Agora conta como hei de partir.



I_(L)_U (C.Buarque + P.Antônio)



Ah, se já perdemos a noção da hora,
Se juntos já jogamos tudo fora,
Me fala agora como irei sair,
Ah, se ao te conhecer,
Dei pra twittar fiz tantos blogviews,
Desconectei da net, cortei os meus fios,
Me diz qual perfil que eu devo seguir,
Se nós nas travessuras das noites eternas,
Já falamos tanto as nossas merdas,
Me diz com que conversa eu devo seguir,
Sim, se bloqueaste a morte e a solidão,
Se na bagunça do teu coração,
Meu poema errou de e-mail e se perdeu,
Como se na desordem do chat invertido,
Meu paletó enlaça o teu vestido,
E o meu cadastro ainda é o teu,
Sim se nos amamos feito dois pagãos,
Teus seios ainda na webcan estão,
Me explica com que meme eu vou sair,
Não acho que estás só dando uma de fake,
Te dei a senha do Myspace,
Me conta agora como hei de partir.




Eu não tenho twitter, nem myspace, nem faço essas coisas. Ta ai uma comparação, uma prova de como as relações humanas estão decadentes. Ou não.

domingo, 13 de março de 2011

O Basilisco


O Basilisco

Constelação de gêmeos,
Dualidade latente,
Sob o signo de ar,
Sibila o som da serpente.

Se arma nos céus,
Vindo da escuridão,
Ofiúcos está presente,
Trazendo sangue, veneno e traição,
Desequi Libra os sentidos,
E apaga o Sol com a mão.

Basilisco do sonho meu,
Rasteja pelas paredes de pedra,
Mortifica com sombras e breu,
Destruindo por dentro a Quimera.

Espreita os elementos,
Confunde os alquimistas,
Me envenena aos poucos
Quando morde a própria cauda,
Pois o Basilisco sou eu,
E tentar ser infinito é o que mais mata.

A Guerra das Rosas

Se vocês me perguntarem:
"WTF?! Uma porra de uma imagem do paint no blog? Ta surtado é, Pedro?"

Eu respondo:
"E se eu tiver, e ai carai, vai fazer o quê?!"


Junte: Pretensão artística, ócio, net desconectada e muita cara de pau. Dá esse post ai.

Enjoy it. Originalidade? Pinturas Rupestres? Niilismo? Romantismo representado por uma criança de 8 anos? Movimento New Age Pop Andy Warhol? Mongolismo? Vocês escolhem.

terça-feira, 8 de março de 2011

Renasça




Renasça

Quem semeia o vento,
Só vai colher tempestade.
Mas quando a tempestade não é nada mais que a minha roupa,
Quando minha raiva se mostra nas nuvens.
E a minha fúria se manifesta até no ar,
Eu ilumino a noite com a minha presença,
Raio em luz, água, sombra e luar!

Quero a minha tempestade destruindo todos os teus barcos,
Quero que o céu seja maestro na minha vingança!
Não aguento mais ver o teu sorriso solar.
Quero o céu nublado, fechado para visita.
Chuva de afogar todas as praias.
Solidão, frio, medo.
Relâmpagos de Iansã.

Mas quando o teu Sol chega
Pra clarear o meu tempo,
E a raiva sai como quem canta a dor,
Eu me canso de ser a tempestade.

Quero ser a chuva que gera a vida,
Quero ser a água que dá de beber,
Quero ser o teu reflexo,
Refratando tuas luzes de beleza solar pelo mundo.

Renasça todos os dias dentro de mim.
Vá, mas volte como quem quisesse nascer de novo.
Pois a tua luz irá brilhar na minha amplidão,
Renovando cada pedaço de alma,
Cada fragmento de espírito,
Cada história contada.