quinta-feira, 24 de março de 2011

Medéia de Mim



Medéia de Mim

No muro de Tisbe,
As Sirenas podem cantar,
Os sonhos aquáticos vibram,
Os Helenos podem sonhar.

Muro de pedra tão troiano,
Separa os desejos mais solares,
Mas deixa a brisa, o calor humano,
E as nossas vozes passarem.

Seja Medéia de mim,
Das ilusões e dos fracassos,
Troque o começo pelo fim,
Enterre como Antígona os nossos pedaços.
Pedaços de um passado remoto,
Esquecido na amplitude dos nossos braços.

Eros e Psiquê encarnados,
Com o que Skuld nos espera, não sabemos,
Os fios da vida já foram traçados;
É o olho que sobra de Polifemos.

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