quinta-feira, 31 de julho de 2014

Tu eras luz e precipício,
Minha tinta e voz de todo grito,
Hoje é dor, morte e o infinito,
Teu olhar agora é a faca que ponteio.

O tempo só amola,
Afiada, como a memória,
Me cortou, inglória,
De quem ignorava quem primeiro.

Os fogos na praia coloriam o breu,
Teu olhar, difuso, ofuscava o meu.
Eu me esquecia de me ser,
Apenas te era.
Eu era breu.

Eu sequei, meu sangue coagulou,
Encrusta minhas pálpebras rasas,
Escalona a agonia, maresia, ferro,
Em tudo que falta vai sangue no lugar,
A lágrima, púrpura, escorre,
Fico feliz se meu sangue escorre,
Enquanto o teu punhal enfeita.

Teus olhos, cândido algoz,
Terá a cor régia do que me vivia.
E teus olhos então serão,
Minha tumba e companhia.

Temos aqui um Poema de valores arbitrariamente impostos pelo autor. Narra uma historinha de amor obscura. De forma tosca. Siga as luzes. Boa Leitura. Ass Lord Bumbum-Mole da Silva.





Eu                       Levantei. Mas no meio disso estava
    Caí, depois me                                                      "OsufnoC".

   ,poucos aos melhorar Procurei

       Me aprumei, enfim.

 
E então ELE voltou. De novo.

E então EU não tive Piedade.

E fui deliciosamente impiedoso.

E me libertei enfim das garras da minha própria fraqueza. E descansei.

Pedro Anátema

Um olhar, um aperto,
Daqueles que duram muito,
O mar, a onda,
Autofagia de língua.

Extremos debaixo da pele,
Choque térmico de contornos,
Estômago seco,
Coração impune,
Helicóptero de vendavais.

Vidro severíssimo,
Paga luz na mesma moeda,
Talvez seja assim no mundo,
Reflexos de teimosia em
que a luz demora a chegar.

E assim nasceu o karma,
A vingança dos esquecidos,
Pois o Universo curva toda luz.

E o equilíbrio é o metal polido,
Foco imperfeito de luz,
Tolerância de Rouland,
Vendetas mais que tribais.

Eu tenho mágoas, quem não tem?
Mas em mim a sombra não toca,
Pois ela é filha da luz,
E toda luz que não vem dos olhos,\
Me dá medo e me suprime.

A palavra parou de me devorar,
Talvez não a ache mais nas entranhas,
Anagramas de mim,
Anátema de você,
Quando eu ainda falava na 2° pessoa,
Metalinguagem que me salva.

A língua é como o corpo,
Mas sem templo, ateia,
Crê no que diz, enquanto dorme,
Um beijo entre Platão e Nietzsche,
Alemães e gregos são irmãos,
Mesmo sem o Euro,
Sonambulismo fraternal.

E o poema é cama,
Não uma alcova,
Leito leite de mãe,
Ócio, sono, afeto,
Chupar o próprio dedo,
E dormir na eternidade.

Eita

É a vaidade dos tolos,
Encaixar o desejo na realidade,
Nulla et realité,
Foi franlatiniano,
Ou bad memory?

O meu limite é até onde vai o papel,
Até onde vai a sua paciência e bom gosto?
Botomless? Poliglota?
E se eu falasse um haikai?
Poesia. Absurdo. Pernambuco.
Flor. Raiz. Anátema.
Dicionário. Gregos. África.
Eles já sabiam de tudo,
A história foi decaimento.
Adoro essa palavra,
Litera-almente.
Concretismo?
Metalinguagem?

Por favor, não me usem
na aula de Literatura,
Viverei se for necessário.
Só pra saber se P. N. tava certo.
Porra Nenhuma.

terça-feira, 22 de julho de 2014

A Flor da Liberdade



Certas flores, ao lutar contra os influxos do destino, se fazem cheias de sumo concentrado. As secas e as devastações as tornam mais belas e luminosas. Algumas flores no sertão, em plena seca de mundo, se revelam verdadeiros espelhos do São Francisco. Oásis da existência, fortaleza da vida. Trazem na refração um prisma de beleza de cores, vibrações e potência. A guerra do caminho da seiva a (re)constrói de dentro em arquiteturas únicas. Suas almas são terraformadas pelo destino.

Eu conheci uma dessas flores.

Por mais que tivesse raízes, era absolutamente livre. Cavalgava nos campos no compasso quaternário de suas vontades absolutas. Sincopada com a própria vida. Era amálgama de cores e movimento que eram imitados pela vida. Não era mais nem flor. Era floração? Era brisa - Era mais. Pétalas furta-cor ao vento, se movimentavam e enchiam a terra de luz, brilho e esperança. Andava pelos brejos e desertos que verdejavam de novo por um ato ou olhar seu. Soprava um beijo e o Ipê floria em cores inéditas. Fazia das veredas lamacentas verdadeiros mananciais que corriam sorrindo e brincando. Trazia vida, música, cor, luz e misericórdia.

A flor da liberdade ao romper seus grilhões rompeu os meus, e me deu um beijo que durou a eternidade. Eu durei a eternidade. Meu coração se encheu de êxtase e calmaria, e eu nem era mais homem. Eu nem sabia o que eu era. Eu era cor luz movimento exaltação amor sorriso. Eu era um Deus.