quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Cobalto




Eu te vi.
Te encontrei na esquina do que desconheço.
Teus olhos exceleciavam nas sombras.
Sempre soube que a escuridão era mais elegante.

Cobalto encostado no muro,
Escafandriavam meu existir submarino,
Com melancolia das eras eles me varriam,
Me penetrando, rasgando irremediavelmente o que em mim ainda sonhava.

Sem nem saber se existes,
Te encontrei nas minhas esquinas.
E agora me fazes tanta falta que me ridículo.

Me apareça.
Que eu abdico do abismo do que sei,
E deixo teus olhos me encontrarem na luz do incerto.
Só tenho fé na luz dos teus olhos.

Tanatos é neto de Afrodite,
E eu morro um pouco toda vez que Morfeu te traz,
Posto que tu és sal de Eurídice,
Estátua de Sodoma & Gomorra,
E eu desaprendi a cantar quando mergulhei no teu azul,
E aprendi a nunca mais olhar pra trás.