domingo, 29 de agosto de 2010

Discordando de Jobim





Discordando de Jobim




Eita, eita que vida boa,
Vida boa pra quem sabe ler seus truques,
Respirar seus ares, colher seus frutos,
Tocar na terra, botar o pé na água,
E o vento nos cabelos...

Namorar com a natureza ja é o bom demais,
Mas uma homenagem triangular é ainda melhor.
Tudo é felicidade nessa vida
Para quem só tem paz e amor pra ofertar.

Correr pelas artérias empoeiradas do chão,
Nadar em cuia de lágrimas das nuvens.
Tão azuis quanto aqueles olhos...
De quem eram os olhos mesmo?
No final a gente só se lembra das lagoas...
Os donos e donas dos olhos sempre ficam num cantinho,
Atrás da Porta, no breu escondido e prolixo,
No recôndito reescondido de nossa memória.

Tantas flores pelo caminho!
E eu só arranquei aquela de onde brotava um seio nú.
Tantos passarinhos pra se cantar junto!
Canários e Sabiás são meus vizinhos e visitas.
Coral lindo de assovios interpostados.

Aprender a ser feliz sozinho,
É discordar de Tom Jobim,
Isso nunca pode ser bom...

Eu, alguém, nós dois, seria muito bom.
Mas é melhor ser feliz sozinho,
Do que ser triste e concordar com o mestre.
Sendo só, somente triste,
Dançando só, e se julgando amado ao som de um mp3.

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