quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Pássaro Assimétrico





O Pássaro Assimétrico

O pássaro assimétrico bate as asas,
Cintila sob a luz do sol,
Voando na imensidão azul entre nuvens,
Reflexo, brisa e anzol.

O voo é imperfeito,
E ele desafina no ar,
Tal qual se desafina na vida,
Sina de quem se atreve a cantar.

Não há árvores para pousar,
Não há ninhos para constituir,
Não há descanso neste voo infinito,
Nem há eco neste agudo grito.

Ele olha tudo de cima,
Quem vê do chão diminui sua majestade,
Não enxerga o seu valor,
E toda a beleza que emana das imperfeições.

O pássaro às vezes é de metal,
Outra hora é apenas de papel,
E escreve poesias,
Pintando beleza,
Desenhando no céu com suas tintas,
Poemas que ninguém nunca irá ver.

O pássaro reto e imperfeito,
De traços precisos e originais,
Não acha um par na terra,
Não há pássaros iguais.

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