segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mandala Sincopado

A morte é feito a bosta, equilibra o outro lado da perfeição, e está contida nela.
(Na perfeição ou na balança?).

Por não sermos eternos, cada pequeno ato nosso se impregna de um brilho único. A fatalidade de sermos únicos. Os nossos atos, marcados para sempre e inigualáveis, insubstituíveis, e irretocáveis. Escrever sem corretivo. Um rio não é mais o mesmo rio.

O Rio dos Deuses é estático. Sem corrente, é uma fonte maquinada e cíclica nela mesmo. Um mandala sincopado. Não há começo, nem conclusão. Só há a prisão pelas eras. A flor do tédio e a morte do fim.

E o buquê final das flores é a Inveja, já dizia Aquiles. A mais aguda e penetrante das Invejas, onde o pólen enebriava com fecundos grãos de Ciúme. Sim, são diferentes. Sim, Zeus explica.

Dizem que a nossa desgraça começou daí.

Já a nossa efemeridade é o que nos torna únicos, e a nossa incompreensão sobre o eterno e o absoluto, o que chamamos de Deus, é fruto da inexistência de qualquer coisa eterna dentro da nossa compreensão.

Ainda bem. Viver 10 mil anos seria ótimo. Mas 10²³²¹²¹² anos não. quer dizer, isso x 10³³³³³³... E mais... Parei.

Se for na base da "volta", muitas revoltas. Eternidade do mesmo jeito, e amnésia periódica? Não creio. Mas é um bom jeito que inventaram de ser único e eterno ao mesmo tempo. A única conjugação das duas teorias possíveis. Clap clap. Dá vontade até de acreditar.

Ainda bem que um dia vou morrer. Viver é muito bom, mas saber que o final de semana um dia vai chegar é muito melhor.

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