sábado, 8 de outubro de 2011

Rosa Oriental



Rosa Oriental

Fagulha que incandeia o Sol,
Espalha o atrito das noites frias,
Onde o sangue se pinta na neve,
Ou em anagramas, retilínios.

Aço que enferruja as almas,
Sem fio, cega os horizontes.
Algoz da desesperança,
Corrompido pela vida:
Reflexo de uma luz sombria.

Mas nas montanhas as espadas descansam,
Bainhas que se doam, meretrizes,
Amantes das vertigens,
Abraço de pétala,
Sândalo.

Risca no ar uma ideia,
Som de se cortar o ar,
Sonhar com o mar,
Armadura sincera.
Será?
Que o que corta constrói coisas belas?

Me encandeie lá em Candeias.
Me corte só pelo perfume.
Me roube os sentidos.
Me faça sinfonia.
Tinindo, inefável pelos campos,
Aberto,
Como uma Cerejeira que se poda nos invernos.

Como quem conhece a Primavera e suas flores,
Como quem sabe os segredos de suas Sombras,
Como quem faz sexo pela fotossíntese,
Como quem ama em cada tom,
Como quem ama o rio,
E se enraiza nas suas margens,
Sem poder tocá-lo.

E a chuva são os sonhos,
Respingos de outras vidas,
Fatalidade que sobra, nua.
Em Flor:
Rosa Oriental.

2 comentários:

  1. Monge,você escreve com tão profundo e misterioso sentimento. Alguns eu identifico, outros não.Provavelmente é o sentimento mais secreto que nortea a maioria dos mais talentosos poetas. Parabéns!
    Duda.

    ResponderExcluir