terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Hera


Hera

No muro deita a Hera,
Já era era era,
Tempo de você me olhar,
Da calçada, da varanda,
Daquele muro,
De qualquer lugar.

E a brisa que eu sinto no meu pescoço,
É teu ar me soprando coisas lindas,
E a tua voz, que eu ouço,
Como se fosse mil melodias,

Não precisa me falar nada,
O teu silêncio me deixa em paz,
O teu ar calado e cálido já me fala,
Tudo que o teu coração me traz.

Psiu, silêncio,
Já consigo escutar teu coração,
Batendo mais forte,
Tentando acompanhar o meu.

Já consigo ouvir a Hera crescendo,
Nas muralhas do meu coração,
Rasgando a fortaleza de pedra,
Pela raiz, na sombra, música, canção.

Deita em mim,
Deita em meu muro,
Me rasga, por dentro.
Como se fosse pedra.

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