quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Caatinga Vermelha


Caatinga Vermelha

Galopada no mato,
Couro encouraçado,
Corte e cicatriz,
Arame farpado de espinhos,
Vermelho sangue,
Caatinga branca.
Rosas.

Viver é pastorear,
É ser vaqueiro de seus sonhos,
Couraça de vontades,
Sangue de fracassos,
Espinho é espinho,
Vem antes das pétalas.

E tudo é meio morto,
Água é exceção,
E quando vem afoga,
E o boi bebe lama,
Bebe até se beber enterrado.

E é pedra, areia e poeira,
Redemoinho imaginação,
A madeira vira cruz,
E o doce se destila,
Inchando, enebriando, matando.
Aos poucos, feito a vida.
A única coisa que vive mesmo é o espinho,
Do alvo ao escarlate,
Roubando o sangue na disparada do vaqueiro.

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