quarta-feira, 12 de junho de 2013

Falésias

Falésias

Tantas manhãs que eu acordo,
E não consigo esquecer teu rosto,
Teu cheiro que ficou em mim,
E não me esqueço do teu gosto.

Mil falésias que compõem teu corpo,
Sorvendo tua pele como se fosse leite,
Teus olhos mar de jade,
Mar de corais de enxofre.

Tua distância me miasma,
Teu desprezo me consome,
Se meu afeto te amarga
O teu abraço me some.

Verto teu sangue no meu papel,
Doce retribuição insólita,
Mas errei de veia, sangrando o meu,
Morrendo um pouco na volta.

E te eternizo, amado,
Do lume ao breu,
Amo inclusive teu silêncio,
Vazio, indiscreto, seco,
Carnavalizando meu arcaico platonismo.

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