A caridade.

Vocês devem estar estranhando eu postar qualquer coisa com um título desse não é? Mas estejam abertos a outras coisas além da minha maldade corrosiva.

Tenho duas citações bíblicas lindas aui pra vocês( Sim, pasmem! Bíblicas!).
Não lembro exatamente, me corrijam se eu estiver errado, mas são mais ou menos assim:

São Paulo - " Ainda que falem a língua dos anjos, não tereis absolutamente nada sem a caridade."

Carta aos Coríntios - " Existem três caminhos para ir ao encontro de Deus: A esperança, a fé, e a caridade. A mais importante das três é a caridade."

Muita gente quando escuta falar em caridade, acha bonitinho e muito chato, e gostam até de falar mas não gostam de fazer nada, eu mesmo dizia que isso não era pra mim, que eu não era bom o suficiente, e me conservava com mãos limpas e descansadas mergulhadas em egoísmo.

Esse era meu pensamento absoluto até que um dia, lá em Campina, fui pra uma reunião de jovens num centro espírita que foi ótima, e no fim ele disse que ia resolver algumas coisas, e que daqui a algum tempo nós iríamos embora. Beleza.

Nisso, eu vi que alguns participantes da reunião tinham se reunido para ajudar voluntariamente na lanchonete do centro. WTF?! Fiquei atônito sem entender porra nenhuma. Depois fui saber que todo o lucro da lanchonete era pra ajudar a manter o lugar, que de dia era uma creche/escola para crianças carentes, e toda a comida da lanchonete era doada pelos participantes do centro, que cozinhavam, compravam, e traziam pra cantina.

E eu tava deslocado, sem saber o q fazer, e por força das circunstâncias eu resolvi ajudar la. Tentei ficar no caixa e servindo refrigerante, mas devido a minha maravilhosa genética de tremor essencial eu via a hora de derrubar os copos dos clientes, e resolvi que era melhor eu ficar lavando os pratos mesmo. Nunca lavei tantos na vida, recebi miúdos elogios, e enormes pilhas de pratos.

E eu fiquei imaginando o que eu tava fazendo, que cada prato q eu lavava, e tirava a sujeira e o resto de desconhecidos com minhas próprias mãos sem ganhar aparentemente nada, que cada prato daquele era um ato em favor das crianças carentes que precisavam daquilo. Uma emoção e uma satisfação me percorreram, e uma enorme felicidade e sensação de dever cumprido, de fazer parte de uma coisa maior irromperam.

Eu, o burguêszinho com "Alergia de pobre" lavando pratos numa cantina, e me sentindo o máximo? Só Zina teria imaginado isso. Recomendo, so quando vcs estiverem lá, lavando, vcs vao perceber o quanto é gratificante.

O ser humano é muito complicado.