segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Calafrio



Calafrio


Que força que você tem no olhar é esta?
Estarrece meu ser, tira meu ar,
Trinca meus ossos, range meus dentes,
Gela meu âmago, ferve a minha carne.
Um calafrio que percorre a minha espinha.

Não sei se é a tua força,
Ou a minha fragilidade que o permite,
Me mata aos poucos, de um jeito bom.

A minha fraqueza é a força do teu ser,
A capacidade que me sobra, com gosto de mágoa,
Que me sobra em não te deixar perceber.

Mas eu falhei, e até nisso teu poder me incapacita,
Que domínio absoluto é esse?
Que o teu vazio tem sobre o meu denso?
A tua Sombra que encobre o meu Sol.
Teu nada que subjuga o meu tudo.

Mas eu sou reconhecido pelo meu nome,
E você não é ninguém.
Eu sou a luz que ilumina as trevas,
Você é mais um rosto,
Bonito e ignorante a andar na multidão.

Eu sou eu, e isso me basta.
Você a sombra que só É porque eu Sou,
Necessita da minha luz para poder Ser.
Eu sou Pedro Antônio,
e você, quem é?

2 comentários:

  1. meu Deus, vc escreve muito bem Pedro, e quer saber acho que você já é um super profissional...
    esse mexeu comigo,adorei.

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  2. obrigado Gorette, sinceramente não axei que ninguem ia gostar dessa Ode a Arrogância, mas é uma resposta só... ^^

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