segunda-feira, 25 de abril de 2011

Eu que não sei nada do Ofurô


Eu que não sei nada do Ofurô

Rajada de água quente
Que corta a gente de tanto prazer
Bruma do corpo, leve,
Imitando a neve pra nos conhecer.

Vinho derramando medo,
Um deslize ledo no amanhecer
Dedos, mão, corpo, louco
Provando o gosto de quem sabe ter.

Não solte não pare agora,
Calor não tem hora de aquiescer,
Grite estridentemente
Rasgue com os dentes o entardecer.

Arranhe só a minha pele
Mas não repele o que lhe aparecer
Cante neste meu compasso
E siga o passo do nosso querer.

Enrosque esse teu sorriso
No meu frio ouvido ao anoitecer
Deite em meu peito forte
Forjado na morte pra te conhecer.

Eu que não sei quase nada de mim
Descobri que já sei quase tudo do mar.

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