segunda-feira, 9 de maio de 2011

Penas de Urubu


Penas de Urubu

O papel que antes era vestal,
Aos poucos ganha contornos antônios,
E a voz e a cor se tornam letra,
E a letra antimônio.

"Pedra de valor inestimável",
Que pode ser amassada e dispensada,
E se perder nas artérias excretoras da cidade luz,
depende só da vontade da mão que a pesa.

Quantos manifestos magnos não foram escritos na areia?
Em cascas, fiapos, panos e guardanapos...
e as penas de urubu são a mesma de pavão,
Pois o negrume não fica na letra,
e o manuscrito se encerra pela mão.

O piche se impregna no bater,
De quem rouba o suór então;
Onde o faisão outorga os decretos,
E a tinta é o sangue da nação.

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