quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ser Narciso

Quando olho pro espelho, é diferente. Aprendi a me amar. Até os meus pelos negros, encravados na pele pela genética. Até o meu corpo, nu, às vezes torto, flácido, imperfeito. Até a minha boca tronxa, quasímoda, assimétrica como o meu espírito.
aprendi a me amar como ser humano, sangue, vísceras, ossos, carne e egoísmo. A amar o macho absoluto em mim, de força, vigor, e beleza áustera, árida, imprecisa.
Em um mundo que anseia por Narciso, ser Medéia e Apolo no corpo de Hefesto é no mínimo um desafio. E o espelho d´água sempre te mostra o que você deseja ver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário