quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Ying Yang

A atração é como uma música vaga, que se escuta de longe um trecho daquela melodia tão extasiante, mas que não se reconhece a cor, nem a poesia, só se reconhece aquela luz ao longe, que te chama mais pelo mistério do que por outra coisa, a beleza do vapóreo, do etéreo, do desconhecido. Uma melodia nova, desconhecida, tem mais força do que a profundeza de uma canção integralmente por nós conhecida.

Por isso a luz daqueles olhos, aquela luz que a gente nunca compreende, e ao mesmo tempo é tão longínqua que quase desaparece, por isso aquela luz que nos rapta nos seduz tanto. Aquela luz, que pela teimosia de não desaparecer nos cativa e nos condena.

E a vontade de mergulhar na luz daqueles olhos, só por não entende-la, bela e misteriosa. A vontade é tão grande que rasga o peito, e dele também se vê uma luz. Mas ai é de outro tipo, é a luz da força, geradora, luz motora da vida que rasga a morte a solidão, e se espalha com força no ar, e atinge a luz que estava longe, vapórera. E essa luz, por ser vida, calor e e verdade, assusta a outra, que é fantasma, frio e ilusão.

E assim a luz persegue a sombra em trajetos circulares, pois o universo é circular. Uma corre sem fim atrás da outra. Os opostos quase se atraem. É a necessidade do equilíbrio de tudo o que há na Natureza. Mas a vida, para ser vida, precisa que elas nunca se encontrem. E o desencontro das duas luzes é o que gera tudo. É daí que nasce a música. É daí que nasce a dor. É assim que nasce a vida. E a morte.

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