segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Palavras de Conveniência

Corvos trocados à noite.
Sinal de morte.
A minha ou a sua?
Asas negras, Palavras negras,
Sinal de sorte.

Palavras engasgadas,
Mas que se contraem no vento frio,
Diante da sabedoria de uma varanda,
E da ousadia de um "boa noite",
Se encolhem perante o que é verdadeiro,
Desengasguei depois de tanto tempo.

Um fantasma a gritar na minha janela,
A sombra de o que um dia foi,
O livro na mão,
O coração não,
Debaixo do pé, pra não fazer barulho.

Tonto.
Gelado nas vísceras,
O que será que tem ainda?
Marcas de tinta,
Nas calçadas de nossas ruas,
Que ao se encontrarem,
Será somente para impor as palavras cruas,
Sem vidas, mornas, e monocórdicas.
Conveniências à parte,
Eu prefiro a morte,
Apesar de não aguentá-la,
Tem quem a suporte.
Você.

2 comentários:

  1. Esse texto me fez lembrar uma citações de Martin Luther King, que diz assim:

    A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio.

    Boa noite...:D

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