segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Empty


O amor em sua forma mais pura e bela toca tudo por onde passa. Mancha tudo com luz. E nós, ímpios vazios, sedentos por vinho, vorazes por carícias. A solidão é nosso maior medo, nem que seja a o medo de se separar da sua lucidez.

Em nossa estupidez ignoramos os avisos do corpo, o repúdio e a preservação. A dança onde a vida e a morte se confundem. O nosso impulso de se completar é tão forte que na turbulência de nossas emoções nós nos perdemos, e confudimos amor com consumir.

Métricas, rimas, imagens, técnicas... Apenas minhas tintas bonitas para retratar o mesmo caos visto de um ângulo diferente. Tudo é Caos e Egoísmo. Vontade de existir e crescer em tudo. E a pressa de ler que engole as palavas pesadas onde cada uma guarda mil sentidos diferentes em si. Os sentidos se perdem no vazio do cotidiano.

Queremos tanto, tanto... E nem sabemos o quê. As vezes até pensamos que sabemos.

- O que você quer? Ser feliz?
- ...
- Resposta velha.

Já estamos a tanto tempo nesse mundo e continuamos empty do mesmo jeito. Geladeiras, eis a diferença.

O que pode nos libertar?

- Liberte-se!

Uns dizem que alguma coisa está aí, em cima, mais forte, e superior. Outros acham que a vida em si já é uma dádiva. Só sei que quando ando sozinho pelas ruas à noite e a solidão toma posse de mim, nada pode me consolar. Me curo pela dor. Aos poucos.

Deus não fala, ja repararam? Alguns dizem que fala. Bem, quando ele falar comigo posso até concordar, até lá não sei.
Deus não fala ou nós somos surdos? Orgulho ou defeito de fábrica? E se ele não fala porque não tem boca, porque não pode? Seja como for, eu tenho mais medo do silêncio dele do que dos meus erros, da minha sina. Triste sina.

Um comentário:

  1. Muito bom o texto, somos da idade da informação e da dispersão...
    A vida é dura enquanto dura.

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