quarta-feira, 11 de maio de 2011

Machado das Convenções


Machado das Convenções

A réstia de sol doura minhas costas,
O meu pêlo, meu gosto, meu rosto, tudo,
Nas bifurcações da minha pele.

Nasce o mangue nas minhas encostas,
Acobertando as terras nem tão virgens,
As flores que brotam dos meus arrepios,
Aquecem o colo, em riste.

Mas o machado das convenções é cego,
E poda a carne em ferrugem,
Cravando a dor na memória da pele.

Deixa aberta a terra aos curtumes,
Chagas, lâmina, padrão,
Derrubando a floresta do corpo,
Incendiando as matas com a mão.

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