domingo, 13 de novembro de 2011

Lanternas Chinesas


Para cada lágrima tua eu tenho um ombro,
Pra você molhá-lo quantas vezes precisar,
Cada vez que ela ilumina tua face,
Com sal, mar, saudade e dor,
É uma represa que se rompe,
Sangrando a tua alma em flor,
E molhando a minha camisa,
E o meu rosto com a tua cor.

Suporte as tempestades desse mundo ao meu lado,
Agarre a minha mão, com força,
Um só navio,
Que descreve um arco, em pedaços,
Pois eu o ateei fogo,
Logo quando meu sangue errou de veia, náufrago.

Somos dois origamis em dia de chuva.
Você é a simetria,
E eu sou a incoerência.

Nos cortamos no ar pela água,
Katana, Haraquiri,
A vida, um Haikai.

Lanternas chinesas que a própria chama consome.
Vermelha, em sangue, em brasa,
No ar.

Para Mariana Adelino

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