quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Levante-se.
Retira esse véu umbrófilo,
Deixa eu ver este teu rosto arcano-celeste,
Lance luz sobre o mal em segredo,
Dissipe ilusōes, o vazio e o medo,
Tudo pode ser sombrio e campestre.

Não lamente - senão serei pranto também.
Esperando em Ítaca, em triz tece,
Não derrame mais lágrimas nem teu sangue,
Perpetue o rio da tua vida aqui,
Derrame teus fluidos acres em mim,
Eu, tua Ânfora Agreste.

Verta teu sangue em mim,
Chore o sal da terra no meu peito,
Dissolva com estrelas, emplastro cósmico insatisfeito,
Cicatrizando solidão, o óbvio e o degredo.

Reconheça em si a força absoluta,
O motor biocêntrico do teu corpo bizantino,
E a verdade absurda de se estar vivo
Ao escolher a vida como hino,
Utilizando artifício abstrato incerto.

Um poeta que canta liberdade não agrada aos mestres,
Caminho de pedra sem sentido,
No qual um deus que se ajoelha colhe frutos silvestres,
Veleja-se num barco branco, acende-se luzes graves em tese,
Ao encontrar Apoteose no Oeste.
Como convém a um deus e a um poeta.

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